O homem e a mulher, que pela aliança conjugal já não são dois, mas uma só carne, prestam ajuda e serviço um ao outro com a íntima união de suas pessoas e actividades, tomam consciência
da sua unidade e confirmam-na cada vez mais.
Esta união íntima, que é o dom recíproco de duas pessoas e se orienta simultaneamente para o bem dos filhos, exige a plena fidelidade dos esposos e requer a sua indissolúvel unidade.
Cristo Senhor cumulou de bênçãos este amor multiforme,nascido da fonte divina da caridade e formado à imagem da sua união com a Igreja.
Assim como Deus outrora tomou a iniciativa duma aliançade amor e fidelidade com o seu povo, assim agora o Salvador dos homens e Esposo da Igreja vem ao encontro dos esposos cristãos através do sacramento do Matrimónio. Além disso, permanece com eles, para que assim como Ele amou a Igreja e Se entregou por ela, assim os esposos, com sua mútua entrega, se amem em perpétua fidelidade.
O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino e é orientado e enriquecido pela força redentora de Cristo e pela acção salvadora da Igreja, a fim de que os esposos sejam conduzidos eficazmente para Deus e sejam ajudados e confortados na sua missão sublime de pai e mãe.
Por este motivo os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados em ordem aos deveres e dignidade do seu estado por meio de um sacramento especial. Cumprindo a sua missão conjugal e familiar com a força deste sacramento, penetrados do espírito de Cristo que impregna toda a sua vida de fé, esperança e caridade, atingem gradualmente a sua perfeição pessoal e a mútua santificação e assim contribuem em comum para a glória de Deus.
Os filhos, bem como todos os que vivem no círculo familiar, encontrarão mais facilmente o caminho da perfeição humana, da salvação e da santidade, quando os pais os precedem com o exemplo e a oração familiar. Os esposos, revestidos com a dignidade e a missão da paternidade e da maternidade, cumprirão diligentemente o dever da educação, sobretudo religiosa, que compete a eles em primeiro lugar.
Os filhos, como membros vivos da família, contribuem a seu modo para a santificação dos pais. Corresponderão aos benefícios recebidos de seus pais com sentimentos de gratidão, piedade e confiança, e assistir-lhes-ão como bons filhos, na adversidade e na solidão da velhice.
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Leitura da Constituição pastoral Gaudium et spes, do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja no mundo contemporâneo (N. 48) (Sec. XX)