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Sobre as heresias

Entendemos que há uma profunda necessidade de ampliarmos os nossos conhecimentos a esse respeito, até porque vivemos dias em que muitos ditos cristãos perderam o amor pela Verdade, caindo nas malhas do relativismo, corrente filosófica que entende que simplesmente não há esta Verdade universal, e que cada época e indivíduo teriam seu próprio modo de ver/entender o mundo: sua própria “verdade particular”.

Todavia não é apenas o relativismo (tão fortemente denunciado pelos Papas João Paulo II e Bento XVI), que nos atinge. Presenciamos agora, estarrecidos, um fortíssimo espírito de desobediência e infidelidade. Muitos católicos “discordam” abertamente do Magistério da Igreja até naqueles pontos definidos dogmaticamente. Neste contexto ressurgem antigas heresias já condenadas pela Igreja em outras eras, com aparência de “grandes novidades”, com força redobrada, causando confusão e enormes estragos às consciências dos fiéis. Quantos questionam se Jesus é de fato Deus? Se é o único Salvador? Interpela-se a Virgindade Perpétua de Maria. Duvida-se da Presença real do Senhor na Eucaristia. Questiona-se a Santa Missa como atualização do Sacrifício do Calvário. Relativizam-se as Escrituras por meio de uma leitura reducionista e racionalista. Satanás virou um mito ou apenas uma questão psicológica. Questiona-se a eficácia e mesmo a necessidade dos Sacramentos. A Tradição tornou-se algo ultrapassado, algo que até se pode estudar como quem admira uma peça de museu. E para que estudar os Padres da Igreja, afinal?

 

Além de tudo, vemos uma crítica violenta à moral católica, considerada ultrapassada e sem sentido. Quantos supostos católicos defendem o aborto, a eutanásia, o sexo livre, o homossexualismo, o divórcio?
Em várias passagens do Novo Testamento somos alertados sobre falsas doutrinas. Os apóstolos tinham a contínua preocupação de transmitir fielmente a mensagem do Senhor Jesus. São Paulo, na Carta aos Gálatas (1,6-8), determina que seja considerado anátema qualquer um que apresente um evangelho diferente daquele que foi anunciado pelos Apóstolos.
Enfim, no mundo atual é nítida a perseguição ao pensamento cristão. Além disso, muitas vezes através dos meios de comunicação são transmitidas várias informações falsas, às vezes tendenciosas e parciais, sobre a fé cristã. Aqueles cristãos que não possuem uma formação muito sólida ficam confusos e, ou se afastam da Igreja ou até permanecem, mas com o claro intuito de instituir uma “igreja” totalmente nova, “moderna”, que agrade ao mundo.
Devido a toda a realidade descrita até aqui, entendemos que se faz necessário esclarecer o público católico e a população em geral, sobre o que vem a ser, na perspectiva cristã e católica, uma heresia, um cisma e uma apostasia. Assim como analisar as diversas heresias antigas, – mas sempre tão (e cada vez mais) vivas, tais como o ebionismo, o docetismo, o gnosticismo, o arianismo, o apolinarismo, o macedonianismo, o montanismo, o adocionismo, modalismo, o nestorianismo, o monofisismo, o iconoclasmo. E também quais Pais da Igreja combateram essas correntes de pensamento.
Esta é, portanto, a introdução de uma série de postagens relacionadas entre si, adaptadas do conteúdo do recém-lançado (e precioso) opúsculo do Prof. Dr. Joel Gracioso, “Heresias: tão antigas e tão novas” (Kenosis; DDM, 2015), que publicaremos em capítulos, rezando e pedindo a Nosso Senhor que renove, nos corações dos homens, o amor sincero pela Verdade.

** O opúsculo pode ser adquirido por e-mail:
contato@kenosispublicacoes.com.br
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TEXTO E IMAGEM NA INTEGRA DO SIT https://www.ofielcatolico.com.br/2005/06/sobre-as-heresias.html